
Depois de conseguir acesso meteórico até a Frauen-Bundesliga, elite do futebol feminino, o Borussia Mönchengladbach fez o caminho inverso, colecionando rebaixamentos consecutivos. Agora na Frauen-Regionalliga West, equivalente a 3ª divisão, o clube tenta se reerguer e busca novamente conquistar a promoção.
A equipe feminina atualmente ocupa a vice-liderança da Frauen-Regionalliga West com 45 pontos, dois a menos que o líder Borussia Bocholt, que ainda tem um jogo a menos. Como a equipe adversária não registrou a documentação para disputar a 2. Bundesliga, o caminho fica aberto para a disputa de playoffs pelo acesso.
Nicole Hammling, supervisora da equipe feminina dos Potros, publicou uma nota muito emocional nas redes sociais, cobrando apoio da torcida.
“Deveria falar algo para vocês? Todos esses oponentes e clubes tratam o time feminino melhor do que ‘nossa’ torcida. Eu coloco ‘nossa’ entre aspas porque nós como equipe feminina provavelmente merecemos menos ou nenhuma atenção. Por quê? Somos menos Borussia? Não acredito”, postou Nicole, antes de dar prosseguimento em relação a outras questões.
“Deixe me falar algo: essas mulheres, algumas delas meninas, ganham quase nada. Elas jogam por esse clube por prazer e convicção. Elas treinam quatro vezes na semana pela tarde depois de um dia na escola, trabalho ou faculdade. Elas dirigem por quase uma hora ou mais para representar as cores do clube no domingo – são cheias de dedicação ao esporte, nunca caem no chão gritando e lutam pelos gols”, salientou.

A supervisora clama por mais apoio por parte dos torcedores dos Potros, pontuando a presença maciça de outras equipes: “Quando você olha para as arquibancadas, temos apenas os familiares das jogadoras e poucos torcedores fieis – algo em torno de 200 ou 300 pessoas, isso incluindo os torcedores adversários. No Köln, 38.000 pessoas, no Dortmund (em divisões menores), até os profissionais assistem vez ou outra. Já em Bochum, tem faixas, torcedores barulhentos – já no nosso caso, não há nada: nenhum fã clube, cânticos ou bandeiras”, disse.
Bem engajada, Nicole seguiu mostrando toda importância de lutar pelo espaço da equipe feminina: “As mulheres se sentem tão especiais e gratas quando alguns homens aparecem para demonstrar apoio nos jogos fora de casa, como ocorreu em Siegen. Tinham três homens com bandeiras e cantando, deixando claro que as garotas recebessem o apoio. Elas tiveram calafrios (assim como nós) e olhos marejados. Isso não deveria ser normal, pelo menos em pequena escala? Sempre que perguntamos os grupos de torcedores, eles parecem desconfortáveis, ninguém tem tempo. Isso é triste e vergonhoso”, finalizou Nicole Hammling, supervisora da equipe feminina.
Apenas como efeito de informação, segundo o portal GladbachLive, no qual essa postagem foi reproduzida, não há sequer uma mulher no principal comitê diretivo do Borussia Mönchengladbach. Nenhuma mulher está presente nos comitês mais importantes do clube, assim como nos fóruns mais populares. O clube, que se orgulha do fato de ser um clube família e ostenta “Nós somos Borussia” como símbolo, deveria de fato ser uma associação para todos.